Países produtores A produção de vinho no mundo se concentra entre os paralelos 30 e 50, nas latitudes norte e sul, em zonas temperadas, onde os dias não são muito quentes e as noites não são muito frias.
Os principais países produtores são França, Itália, Alemanha, Portugal, Espanha e Estados Unidos, no hemisfério norte, Austrália, Nova Zelândia, Chile, Argentina, África do Sul e Brasil, no hemisfério sul.
Tipos e Manuseio
Tipos de vinhos
O vinho é o suco da uva fermentado.
Depois de colhidas, as uvas passam em uma máquina, a desengaçadeira, que as separa de seus engaços. A seguir elas vão para a prensagem, onde será extraído mosto. Ao suco extraído são acrescentadas leveduras que, durante o processo de fermentação, transformam o açúcar natural da uva em álcool, liberando gás carbônico. Conforme o processo de fermentação, o vinho obtido poderá ser de vários tipos:
Os tintos doces não são usuais e podem ser identificados pelo teor de açúcar determinado na degustação.
As uvas que produzem vinhos de qualidade são da espécie Vitis vinífera. As mais famosas, entre centenas, são as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Syrah, Gamay, Tempranillo, Nebbiolo e Sangiovese e as brancas Chardonnay, Sauvignon Blanc, Semillon, Riesling, Gewurtztraminer e Malvasia. Não são saborosas para consumo como uvas de mesa. Por outro lado, as saborosas uvas de mesa, da espécie Vitis labrusca, não produzem vinhos de qualidade. As mais conhecidas são a Niágara e Isabella.
Vinho Tinto
Na produção do vinho tinto a fermentação do mosto ocorre em contato com as cascas, que é de onde se extrai a cor e maior número de compostos orgânicos. Vinhos tintos só podem ser feitos com uvas tintas.
Para se obter vinho tinto doce é necessário usar uvas com teor de açúcar mais elevado e interromper sua fermentação antes do término da transformação do açúcar em álcool.
Vinho Branco
No vinho branco a fermentação é feita com o mosto puro, sem contato com as cascas. Pode ser feito tanto de uvas brancas (blanc de blancs) como de uvas tintas (blanc de noirs).
Para se obter vinho branco doce é necessário usar uvas com teor de açúcar mais elevado e interromper sua fermentação antes do término da transformação do açúcar em álcool.
Vinho Rosado
O vinho rosado é feito a partir de uvas tintas.
As cascas ficam em contato com o mosto por pouco tempo, até que se consiga a cor desejada Vinho Espumante
O vinho espumante nasce como vinho comum, tranqüilo, ao qual é acrescentada uma mistura chamada liqueur de tirage formada de açúcar de cana e leveduras diluídas em vinho. A adição desse componente é que vai produzir uma segunda fermentação no vinho base, que pode ocorrer dentro da garrafa (método champenoise) ou dentro de cubas de aço inoxidável (método charmat). Esta segunda fermentação será a responsável pelo acréscimo do gás carbônico ao vinho, transformando-o em vinho espumante. No processo de produção, a quantidade de açúcar usado no liqueur d’expedition. (mistura de vinho com açúcar, adicionada a cada garrafa) é que vai definir o tipo de espumante produzido:
- Brut naturel: até 3 g/lL
- Extra-brut: até 5 g/l
- Brut: até 15 g/l
- Extra-sec: de 12 a 20 g/l
- Sec: de 17 a 35 g/l
- Demi-sec: 25 a 50 g/l
- Doux: acima de 50 g/l
Método Champenoise.
Pelo método champenoise, no momento em que o vinho é engarrafado, junta-se a ele o liqueur de tirage, que irá produzir uma segunda fermentação dentro da garrafa. Como a garrafa está fechada, o gás carbônico resultante desta segunda fermentação ficará retido, diluído ao vinho. O método champenoise é caro e demorado, pois a segunda fermentação cria dentro da garrafa um deposito que deve ser eliminado. É necessário fazer a "remuage", que consiste numa lenta decantação. A cada dia, durante várias semanas, o mestre de cave gira as garrafas cerca de um quarto de volta ao mesmo tempo em que as vai inclinando, até que fiquem de cabeça para baixo e com todo o sedimento depositado junto à tampa. Atualmente, várias vinícolas vêm substituindo o trabalho manual por máquinas chamadas de gyropalettes.
Desta forma o vinho fica límpido, sendo ainda necessário remover os sedimentos depositados no gargalo. Isto é feito por um processo chamado "dégorgement" que consiste no congelamento do depósito que, em seguida, é expulso pela pressão existente na garrafa no momento da retirada da tampa provisória. Antes de se colocar a rolha definitiva, a quantidade de vinho expulsa pelo "dégorgement" deve ser completada pela adição do liqueur d'expedition. Método Charmat Pelo método Charmat o vinho é transferido para uma autoclave onde é adicionado o 'liqueur de tirage' que irá produzir a segunda fermentação sob temperatura mantida entre 10ºC e 14ºC. O vinho é então submetido a processos de decantação e filtragem e é engarrafado sob pressão e baixa temperatura, juntamente com o 'liqueur de expedition'. Em seguida coloca-se a rolha característica e a grade de arame. Vinhos Forticados
Também chamados de generosos, recebem este nome por serem acrescidos de aguardente vínica, o que faz com que seu teor alcoólico aumente.
A adição de aguardente pode ser feita antes ou após a transformação de todo o açúcar em álcool. No primeiro caso a fermentação é interrompida, fazendo com que permaneça algum açúcar residual tendo-se então, o vinho fortificado doce. Se todo açúcar for transformado, tem-se um vinho fortificado seco
Garrafas
O tamanho padrão e mais comum é de 750ml, podendo ser de diversos formatos.
Podem-se encontrar vinhos em garrafas de vários tamanhos, alguns deles com nomes característicos:
- 375 ml - meia garrafa
- 400 ml
- 500 ml
- Clavelin - 620 ml
- 750 ml - 1 garrafa
- Magnum -1.500 ml - 2 garrafas
- Jéroboam - 3.000 ml - 4 garrafas
- Réhoboam - 4.500 ml - 6 garrafas
- Mathusalem - 6.000 ml - 8 garrafas
- Salmanazar - 9.000 ml - 12 garrafas
- Baltazar - 12.000 ml - 16 garrafas
- Nabucodonosor - 15.000 ml - 20 garrafas
Escolhendo o vinho
É sempre bom ter em casa uma boa variedade de vinhos, pois desta forma pode-se estar preparado para todos os tipos de ocasiões. É importante ter em sua adega diversos tipos de vinhos: brancos e tintos; champagnes e outros espumantes; vinhos fortificados e vinhos doces.
É muito difícil recomendar a alguém quais vinhos deveria ter em sua adega, já que o gosto é muito pessoal. É importante diversificar e não temer ousar experimentar novos vinhos, pois se ficarmos presos somente aos famosos ou a determinados varietais, com certeza estaremos perdendo a chance de conhecer ótimos vinhos. Existem vinhos que melhoram muito com o tempo, outros que só têm a perder, o que torna falsa a afirmação de que todo vinho melhora com a idade. Atualmente a maioria dos vinhos é feita para ser bebida cada vez mais cedo; somente os grandes vinhos evoluem e melhoram substancialmente com o tempo. Deve-se relacionar a safra do vinho que se deseja comprar com sua provável longevidade. Há hora e lugar para cada vinho. Há ocasiões em que beber um vinho envelhecido ou encorpado seria um desperdício. Por outro lado, pode ser extremamente agradável tomar um grande vinho ainda jovem, mesmo que com potencial de envelhecimento. Nem sempre um ótimo vinho, já maduro, será o melhor para um determinado momento.
Escolhendo o Produtor
É muito importante saber ler um rótulo na hora de comprar um vinho. Ele é a principal fonte de informação de que dispomos para julgar se determinado vinho deve ou não ser comprado, principalmente se não conhecemos seu produtor.
Um rótulo bem cuidado - assim como toda a apresentação da garrafa - pode indicar se um vinho pode ser bom ou não. O produtor que não cuida bem de seu vinho, tampouco irá investir na apresentação do mesmo. É importante verificar se o nome do produtor está escrito no rótulo pois, normalmente, nenhum produtor colocaria seu nome em algo de qualidade duvidosa.
Deve-se também observar a cápsula para verificar se o vinho vazou. Bom indicador é o espaço entre o vinho e a rolha: se estiver além do normal, é sinal de vazamento. Caso constate alguma anormalidade, deixe a garrafa na prateleira.
Considerando o preço
Lembre-se que nem todo vinho caro é melhor que um mais barato, mas um vinho muito barato dificilmente será bom. Tenha sempre em vista a relação custo/benefício. Se um vinho for caro, precisa ser de boa qualidade.
Pode-se ter boas surpresas com vinhos de bom preço e boa qualidade, apresentando custo/benefício excelente.
Estocando
A conservação do vinho é fundamental para que não se tenha surpresas desagradáveis na hora de abrir uma garrafa.
A garrafa deve ser guardada na posição horizontal para manter sua rolha sempre em contato com o líquido. Desta forma evita-se que a rolha venha a ressecar, permitindo a entrada de ar, o que seria fatal para o vinho.
Devemos tentar colocar os vinhos em um ambiente onde a variação de temperatura seja a menor possível e as variações que ocorram não sejam bruscas. O ideal é um local onde a temperatura se mantenha constante, em torno de 15°C, com umidade aproximada de 75%, para que a rolha não resseque.
Deve-se evitar claridade, ruídos e aromas estranhos e fortes que possam contaminar os vinhos.
Decantação
Se o vinho estiver turvo ou com depósitos no fundo, deve ser mantido imóvel por tempo suficiente para que toda a matéria em suspensão se deposite no fundo da garrafa.
Em seguida ele deve ser vertido para outro frasco, limpo e seco, contra a luz de uma vela, de forma que se possa ver quando o sedimento começa a chegar ao gargalo da garrafa; nesta hora deve-se parar de verter o vinho e deixar que o depósito fique na garrafa junto com o restante do líquido. Este resto de vinho deve ser abandonado.
Temperatura de Serviço
A temperatura é fator essencial para que um vinho seja degustado no melhor de suas características de aroma e sabor. Como regra geral os vinhos brancos são servidos frios e não gelados. Para os vinhos tintos a temperatura de serviço deve aumentar com o teor de tanino, lembrando que acima de 20ºC nenhum vinho conserva suas qualidades.
Temperaturas sugeridas para se acentuar aromas e sabores:
Espumantes
- simples: 7 a 9°C
- Champagnes: 8 a 10°C
Brancos
- secos: 10 a 12°C
- doces simples: 8 a 10°C
- doces finos: 11 a 13°C (Sauternes, Alemanha, Tokaji)
Rosados
Tintos
- leves e jovens: 10 a 12°C (Beaujolais, Bardolino)
- jovens: 14 a 15°C
- maduros: 16 a 17°C (Borgonha, Itália, Espanha)
- levemente envelhecidos: 18 a 20°C (Bordeaux, Cabernets do Novo Mundo)
Fortificados
- secos: 9 a 11°C (Jerez)
- doces: 15 a 16°C (Madeira, Porto)
- doces finos: 16 a 18°C (Vintage Port)
Longevidade
Não se pode dizer qual o prazo de validade de um vinho. Bons vinhos se muito bem guardados podem durar cerca de 50 a 70 anos ou mais. Outros podem não completar um ano.
Brancos
Em geral, os vinhos brancos têm uma vida menor que a dos tintos. Com raras exceções, um vinho branco deve ser bebido o mais jovem possível, quando se pode apreciar todo seu frescor que, com o tempo, irá perder.
Um vinho branco, com mais de 4 anos de idade, corre o risco de já estar ruim. As exceções ficam por conta de alguns brancos, como os da Bourgogne, que são fermentados em barris e têm uma estrutura que lhes permite envelhecer, podendo ultrapassar bem mais de 10 anos.
Tintos
A longevidade dos tintos varia bastante. Os beaujolais nouveau, e outros vinhos tipo 'primeur', são feitos para serem consumidos no máximo em seis meses. A maioria dos tintos consegue durar tranqüilamente cerca de cinco anos, mas é sua estrutura que vai permitir que ele envelheça mais do que isso. Um vinho bem estruturado pode durar muitos anos.
Espumantes
Os espumantes devem ser tomados tão logo sejam lançados, pois seu envelhecimento ocorre na adega, depois de engarrafados. Em geral, eles devem ser consumidos o mais rapidamente possível. Com raras exceções, alguns champagnes milesimados podem melhorar com o tempo. Abrindo a garrafa
Ao perfurar a rolha, não atravessá-la toda para evitar que alguns pedaços caiam dentro do vinho.
Com um vinho de pouca idade, não se necessita de maiores cuidados.
Com um vinho mais antigo deve-se retirar toda a cápsula para que se possa avaliar o estado da rolha e evitar que se parta.
Quando o vinho já tiver cinco anos ou mais, deve-se evitar agitar a garrafa, pois ele tem a tendência de formar sedimentos com o passar do tempo. Se agitarmos a garrafa, esse sedimento acabará se misturando ao vinho, deixando-o turvo.
O vinho que apresentar depósito no fundo da garrafa deve ser decantado. Uma garrafa, depois de aberta, deve ser consumida rapidamente, de preferência no mesmo dia. O vinho, após entrar em contato com o oxigênio do ar, começa e se deteriorar. Existem alguns acessórios que permitem uma boa vedação da garrafa com a criação de vácuo, através da retirada do ar de seu interior, o que ajuda o vinho a se manter em bom estado. Mesmo por alguns dias depois de aberta a garrafa.
Servindo o vinho
O vinho deve ser servido em sua temperatura correta. Deve-se encher a taça até cerca de 1/3 de seu volume. Desta forma pode-se, agitando-o, sentir todo seu aroma. Use o copo adequado para cada tipo e vinho
Servindo Champagne ou espumante
Um dos principais méritos dos Champagnes e vinhos espumantes é a sensação causada pelo gás carbônico neles dissolvido. Portanto, ao se abrir uma garrafa deve-se evitar as costumeiras sacudidas e o estouro da rolha, o que eliminaria grande parte do gás.
Solte o arame que prende a rolha mantendo o polegar sobre a mesma para evitar que ela salte. Em seguida, segure firme a rolha e girando a garrafa solte-a lentamente. Com um pouco de prática será possível tirar a rolha praticamente sem ruído.
Sirva estes vinhos nos copos tipo flute, especiais para espumantes. Preencha aos poucos, esperando a espuma baixar e completando, em seguida, até quase seu nível máximo. Nunca agitar a taça para evitar que o gás se desprenda. Combinando vinhos e pratos
A combinação de vinhos com comidas é uma arte difícil e pessoal, mas, se forem respeitadas algumas regras e utilizadas algumas combinações tradicionais, teremos um excelente ponto de partida, até que se possa concluir qual o vinho que se deve beber com cada prato. É importante lembrar que determinados vinhos merecem ser degustados por seus próprios valores. São os chamados vinhos de meditação.
A primeira regra é que o vinho não pode matar o sabor do que se está comendo e vice-versa. Existem vários pratos que são extremamente difíceis de combinar com vinho, e alguns que nunca devem ser degustados acompanhados de vinho, como uma salada temperada com molho picante à base de vinagre ou pratos muito condimentados. Curry, vinagrete, mostarda forte, frutas ácidas e sobremesas muito doces devem ser combinadas com água, pois destroem o sabor do vinho.
Pratos a base de ovos, aspargos, alcaparras, alho, peixes gordos defumados, como o salmão, são de difícil combinação. Os ovos pedem um vinho branco muito seco, os aspargos pedem um chardonnay encorpado, o salmão defumado, assim como o caviar, pede um jerez fino, uma vodca gelada ou ainda um champagne bem encorpado, de preferência milesimado. A comida e o vinho nunca devem conflitar, por isso deve-se evitar peixes brancos de sabor suave com vinhos tintos, assim como carnes vermelhas de gosto acentuado com vinhos brancos.
Caso se pretenda acompanhar uma refeição inteira com um único vinho deve-se escolher um vinho de preferência ligeiro e jovem para que possa acompanhar carnes ou peixes Deve-se procurar, sempre, um equilíbrio entre os pratos e os vinhos, utilizando sabores que se assemelham. Mas existe uma outra forma de combinação, que é o contraste entre o prato e o vinho. Não pelo antagonismo de ambos, mas pela complementaridade. Um exemplo clássico disso é a combinação de queijos picantes, como o Roquefort, com vinhos doces, como o Sauternes e o Porto, onde o gosto forte e salgado do queijo combina maravilhosamente com a doçura do vinho.
Algumas combinações clássicas podem servir de orientação:
- Frios: branco seco ou tinto ligeiro.
- Sopas: com sopas de legumes pode-se dispensar o vinho; serão melhor acompanhadas com água. Uma sopa de cebolas pede um vinho tinto jovem, mas encorpado; uma sopa de lentilhas com lingüiça um tinto leve; uma sopa de peixe, um branco potente.
- Peixes: normalmente pedem um branco seco.
- Ostras e Mexilhões: branco seco perfumado, de gosto mineral, como um Sancerre ou Chablis.
- Carnes brancas: tintos leves ou brancos de bom corpo.
- Carnes vermelhas: tintos de bom corpo.
- Caça: tintos bem encorpados.
- Queijos leves: brancos.
- Queijos fortes curados: tintos leves ou brancos de bom corpo.
- Queijos picantes: vinhos doces ou tintos tânicos.
- Sobremesas não muito doces: espumantes doces, brancos doces
- Frutas: brancos meio doces e aromáticos
Durante uma refeição os vinhos devem ser servidos em uma determinada ordem:
- Vinho seco antes do vinho doce.
- Vinho branco e rosé antes do vinho tinto (com raras exceções).
- O vinho jovem antes do vinho envelhecido.
- O vinho ligeiro antes do vinho encorpado.
Espera
A vida útil de um vinho depende de suas castas, qualidade e condições de estoque (veja Estocando ). Somente durante sua degustação é que se pode verificar em que estágio ele se encontra. As fases da evolução do vinho, durante sua vida, são:
- Jovem: deve-se esperar, antes de se consumir, para que atinja sua plenitude.
- Pronto: já se pode beber mas a espera ainda poderá aprimorar suas qualidades.
- Maduro: deve ser bebido; aceita pequena espera.
- Envelhecido: deve ser bebido sem espera.
- Morto: não deve ser bebido.
Avaliando vinhos
Nenhum dos três sentidos, visão, olfato ou paladar pode ser negligenciado para se descobrir as qualidades do vinho. A cor e os aromas de um vinho são essenciais. Eles anunciam os sabores gustativos que concluem a degustação. Mas nem sempre são fáceis de se definir.
Através destes três sentidos pode-se reconhecer que os vinhos evoluem ao longo do tempo, sejam eles potentes ou elegantes, ainda jovens ou já envelhecidos.
A avaliação é, portanto, dividida em três partes:
Aspecto Visual
» Qualidade da cor
» Limpidez
» Tonalidade
» Brancos
» Tintos
Aspecto Olfativo
» Aromas primário secundário e terciário
» Variedades de Aromas
» Aromas de Castas
Aspecto Gustativo
As condições ideais para degustação
Para se ter condições ideais de julgamento de um vinho é necessário:
- Utilizar um copo fino, incolor, com pé, em forma de tulipa, de padrão INAO.
- Estar em um ambiente bem iluminado.
- Utilizar um fundo branco contra o qual será observada a aparência do vinho.
- Não ultrapassar mais do que um terço do copo com a bebida.
- Observar a correta temperatura de serviço para o tipo do vinho.
- Evitar temperatura ambiente superior a 24° C.
O aspecto visual
O primeiro contato que se tem com o vinho, antes de toda sensação olfativa ou gustativa, é visual. Este contato é muito importante, pois a cor permite julgar o estado geral de um vinho e dá uma idéia de como ele irá se apresentar na boca.
Com um simples olhar você pode julgar o estado de saúde do vinho que se encontra em seu copo e ainda prever seu grau de evolução provável.
Qualidade da cor
Deve-se considerar a cor, seu brilho, seus reflexos, lembrando que estes são itens extremamente ligados ao gosto pessoal. Muitas vezes a cor denuncia algum defeito do vinho.
Alguns vinhos podem apresentar cores atípicas, que apesar de belas são inadequadas. Por exemplo: uma cor dourada escura num vinho branco jovem, da casta sauvignon blanc, com certeza denuncia um defeito no vinho.
Aspecto gustativo
Nossa língua só consegue identificar sabores amargos, ácidos, doces e salgados.
No caso do vinho, o amargo e a sensação de adstringência são causados pelo tanino, presente somente nos tintos, pois são vinificados em contato com a casca da uva.
O sabor doce pode ser resultado de açúcares residuais, ou de uma sensação provocada por uma elevada graduação alcoólica.
O teor alcoólico será tanto maior quanto maior for a quantidade de açúcar no mosto durante a vinificação. Pode ser artificialmente elevado com adição de álcool (caso dos vinhos fortificados) ou por chaptalização. A acidez é responsável pelo frescor e pela vivacidade no vinho; é mais intensa nos vinhos brancos. Qualidade do sabor
Da mesma forma com que se avaliam os aromas, deve-se considerar a qualidade, intensidade e persistência do sabor. Uma outra propriedade - o equilíbrio - leva em consideração a harmonia dos principais componentes do vinho: teor alcoólico, tanicidade (nos vinhos tintos), acidez e corpo.
Em um vinho de boa qualidade seus sabores devem estar harmonizados, sendo normal que sobressaia o sabor doce nos vinhos doces, a adstringência do tanino nos vinhos tintos e a acidez nos vinhos brancos. O sabor de um bom vinho apresenta boa persistência na boca quando continuamos a senti-lo por bastante tempo após engolir o vinho.
O chamado sabor do vinho deve-se muito mais aos aromas percebidos pelo fenômeno do retro-gosto do que o sentido pelas papilas gustativas.
Nos vinhos espumantes deve-se considerar também a sensação e duração de sua efervescência.
Ficha de avaliação
Ao se avaliar um vinho deve-se quantificar algumas características, que irão determinar a nota final da avaliação, e anotar outras para consulta, acompanhamento e comparações posteriores.
As características quantificáveis são:
- Qualidade da cor
- Qualidade dos aromas
- intensidade dos aromas
- Persistência dos aromas
- Qualidade do sabor
- Intensidade do sabor
- Persistência do sabor
- Equilíbrio gustativo
Países produtores
A produção de vinho no mundo se concentra entre os paralelos 30 e 50, nas latitudes norte e sul, em zonas temperadas, onde os dias não são muito quentes e as noites não são muito frias.
Os principais países produtores são França, Itália, Alemanha, Portugal, Espanha e Estados Unidos, no hemisfério norte, Austrália, Nova Zelândia, Chile, Argentina, África do Sul e Brasil, no hemisfério sul.
Denominações de Origem
Os principais países produtores adotam sistemas de classificação para seus vinhos, certificando sua origem e qualidade. Todo vinho, para ter direito a esta classificação, tem que satisfazer às regras da classe a que pertence. Isto irá garantir sua procedência, os critérios de produção e um mínimo de qualidade. Os principais sistemas de denominações são:
França
- AOC - Appelacion d´Origine Contrôlée.
- Vin de Pays
Itália
- DOC - Denominazione di Origine Controllata.
- DOCG - Denominazione di Origine Controllata e Garantita.
- IGT - Indicazione Geografica Tipica.
Espanha
- DOC - Denominación de Origen Calificada.
Portugal
- DOC - Denominação de Origem Controlada.
Alemanha
Embora não faça referencia à região de origem, a Alemanha classifica seus vinhos pela sua qualidade. Em ordem crescente:
- Tafelwein
- Deutcher Tafelwein
- Landwein
- Qualitätswein
- Qualitätswein mit Prädikat
- Kabinett
- Spätlese
- Auslese
- Beerenauslese
- Trockenbeerenauslese
- Eiswein
CEE - Comunidade Econômica Européia
- VQPRD - Vin de Qualité Produit dans une Région Determinée
Africa do Sul
Seus principais vinhedos situam-se na Província do Cabo.
Em seus vinhos tintos predomina a casta cabernet sauvignon, e nos brancos, doces ou secos, a chenin blanc.
Destacam-se, entretanto, os tintos feitos com a pinotage, um cruzamento da pinot noir com a cinsaut, que é uma especialidade sul africana.
Argentina
A Argentina é o quarto produtor mundial de vinho, mas a maior parte de sua produção é consumida internamente. Seus vinhedos correspondem a quase 50% dos vinhedos da América do Sul, estando 70% de suas videiras localizadas na região de Mendoza, no sopé dos Andes. O clima é árido. Os vinhedos da planície recebem irrigação dos Andes através de canais.
A Argentina, assim como seus vizinhos, vem passando por uma renovação na sua vinicultura, melhorando em muito a qualidade de sua produção. Entre os vinhos finos existe uma variedade muito grande de castas, principalmente francesas e italianas.
A criolla é a casta mais cultivada no país, porém vem escasseando. Ela é seguida pela malbec que é uma das variedades menos importantes de Bordeaux, mas que se adaptou muito bem na Argentina, produzindo seus melhores tintos. A utilização da cabernet sauvignon vem aumentando, substituindo as antigas castas e produzindo vinhos de grande qualidade.
As castas principais utilizadas para vinhos tintos são a merlot, cabernet sauvignon e principalmente a malbec.
Entre as brancas, destacam-se a chardonnay, a chenin blanc e a torrontez, que produz vinhos com características somente encontradas na Argentina.
As principais castas italianas utilizadas são bonarda, sangiovese e barbera.
Seus vinhos tintos são, normalmente, bem superiores aos brancos.
Austrália
É uma das regiões vinícolas que mais tem se desenvolvido no mundo. O uso excessivo de madeira, feito inicialmente, está sendo agora moderado. Produz bons vinhos com a chardonnay, a riesling, a cabernet sauvignon e a merlot, mas sua principal casta é a shiraz (a mesma syrah da Côte du Rhône francesa), que se desenvolveu maravilhosamente bem na Austrália, tanto em vinhos em que aparece só, como em cortes com a cabernet sauvignon.
Suas principais áreas produtoras são Maclarem (em Southern Valleys), Barrosa e Coonawarra, todas na região de South Australia. As regiões de New South Wales e Victória também possuem boas áreas produtoras.
Brasil
Os vinhos brasileiros vêm melhorando a partir do cultivo de espécies de melhor qualidade e do emprego de técnicas mais modernas de cultivo e de vinificação.
O principal problema à obtenção de boas safras, deve-se ao fato do verão, nesta região, ser normalmente chuvoso, o que dificulta a maturação das uvas e a concentração dos açúcares e demais componentes sólidos.
Seus melhores vinhos são produzidos na Serra Gaúcha (Bento Gonçalves e Caxias do Sul) e na região de Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai.
Alguns bons vinhos tintos são feitos principalmente com as uvas merlot e cabernet sauvignon, e os melhores brancos com a chardonnay. O destaque da produção brasileira fica por conta de seus espumantes de boa qualidade.
Chile
O Chile começou a modernizar sua vinicultura no final do século passado quando os grandes proprietários de terra da região de Santiago, a maioria de origem basca, trouxeram para o país vários vinicultores franceses, que trouxeram as castas da região de Bordeaux, principalmente a cabernet sauvignon, a mais importante casta chilena até hoje; a malbec, a merlot, a petit verdot, a pinot noir e as brancas semillon, sauvignon blanc e riesling em menor quantidade. O cultivo da chardonnay é relativamente recente no Chile.
Somente na década de 80 o Chile iniciou a modernização de seus processos de vinificação utilizando cubas de aço inoxidável e barris de carvalho novo francês. Começou aí a projeção dos vinhos chilenos pelo mundo.
Entre os bons vinhos do Chile destacam-se os tintos, preparados com as castas merlot e cabernet sauvignon e os brancos, produzidos a partir das castas chardonnay e sauvignon blanc. Suas melhores regiões são as de Casablanca (para os brancos, principalmente chardonnay), Curicó (mais ao sul) e Maipo (perto de Santiago).
A novidade fica por conta da casta carmenère, que era uma das principais castas de Bordeaux até metade do século XIX, quando foi praticamente extinta pela filoxera e vinha sendo cultivada no Chile onde era confundida com a merlot, até que um enólogo neozelandês a identificou. Com a separação das castas, as vinícolas chilenas não só terão uma nova variedade para trabalhar, como mudarão por completo os vinhos feitos com a merlot. Isto porque, de acordo com os enólogos chilenos, os acentuados aromas herbáceos que caracterizavam a merlot chilena se deviam ao fato de que, quando a merlot estava madura, a carmenère, misturada no vinhedo e colhida ao mesmo tempo, ainda não havia amadurecido por completo. Com a separação das duas castas, teremos vinhos produzidos com merlot muito mais frutados e macios que os feitos até agora. Algumas vinícolas já estão produzindo vinhos exclusivamente com carmenère ou fazendo cortes desta com a cabernet sauvignon.
Os vinhedos do Chile estão separados dos da Argentina pelos Andes.
O clima é muito árido no Chile; também lá as videiras são cultivadas por irrigação artificial. O clima oceânico beneficia os vinhedos chilenos. Uma peculiaridade do país é que suas videiras não foram atacadas pela filoxera, pois o país conta com impressionantes barreiras naturais que protegem seus vinhedos pelos quatro pontos cardeais. O deserto de Atacama ao norte, o Oceano Pacífico a oeste, a Cordilheira dos Andes a leste e as geleiras da Patagônia ao sul funcionam como excelentes barreiras fitossanitárias. É graças a isto que o Chile possui as únicas vinhas pre-filoxérica, cultivadas a pé franco, existentes hoje no mundo.
Espanha
Além do sistema de Denominações de Origem Controlada, a Espanha classifica seus vinhos conforme o tipo de produção.
Um vinho é classificado como Crianza quando foi criado em adega, isto é, foi envelhecido durante algum tempo na origem.
O vinho tinto será classificado como Reserva se ficar no mínimo três anos em adega, sendo um ano em tonéis de carvalho e dois na garrafa. O vinho branco deve ficar pelo menos seis meses em tonel de madeira.
O vinho tinto será classificado como Gran Reserva se ficar, no mínimo, dois anos em tonéis de carvalho e pelo menos mais três em garrafa. O vinho branco, no mínimo dois anos em adega, sendo seis meses em tonéis e o restante na garrafa.
Alguns vinhos indicam o tempo que passaram em adega, aparecendo no rótulo a indicação como 'tercer año' ou 'quinto año'.
Jerez
Jerez se situa na região de Andaluzia, ao sul de Sevilla. Tem seus vinhedos em torno das cidades de Sanlúcar de Barrameda e Jerez de la Frontera; produz um vinho de características bem peculiares.
As castas brancas palomino, palomino fino e pedro ximenes são as responsáveis por esses vinhos.
Os vinhos Jerez podem ser classificados como Finos ou Olorosos.
Os Finos se dividem em dois tipos:
- Finos propriamente ditos, são vinhos de cor clara e atingem uma graduação alcóolica entre 15,5 e 17%.
- Amontillados são de cor âmbar, muito secos e com álcool entre 16 e 18% do volume.
Os Olorosos são mais escuros que os Finos e têm densidade e teor alcoólico maior; existem em diversas variedades:
- Rayas, uma classe inferior de oloroso, são vinhos encorpados e de aromas menos delicados tendo normalmente mais de 18% de álcool.
- Olorosos, propriamente ditos, são vinhos secos, de cor ouro escuro, bem aromáticos, com teor alcoólico acima de 18%.
- Paloscortados - um tipo superior de oloroso - possuem normalmente os aromas dos Amontillados e o sabor do Oloroso, bem como sua cor e seu teor alcoólico.
- Creams são vinhos meio doces, com o corpo dos olorosos. São uma mistura de vinhos secos olorosos, com uma parte de pedro ximenes.
Há também vinhos doces que têm cor escura, feitos com duas castas diferentes:
- Pedro Ximenes, vinho doce natural, feito com a uva branca pedro ximenes. Tem cor escura e teor alcoólico entre 10 e 15%.
- Moscatel, também vinho doce natural, feito a partir da uva moscatel, com 10 a 20 % de álcool.
- Manzanilla, produzido na região de Sanlucar de Barrameda e que, apesar de ser controlado pelo Conselho regulador do Jerez, é uma DO diferente deste. É um vinho seco, leve, muito claro e muito aromático, possui de 15,5 a 17% de álcool. É produzido em dois tipos: o Manzanilla Fina, que não envelhece, e o Manzanilla Pasada, que adquire um certo envelhecimento, lembrando um pouco os olorosos.
Ribera del Duero
Ribera del Duero é a terra do mais famoso vinho espanhol, o Vega Sicilia, considerado um dos melhores do mundo e cujo tope de linha, o 'Vega Sicilia Unico', chega a permanecer em tonéis até por dez anos. A principal uva utilizada na Ribera del Duero é a tinto fino, a mesma que a tempranillo em Rioja, e que entra em maior proporção nos vinhos da região.
Rioja
Fica ao norte do país e é a principal DOC espanhola. Produz, no conjunto, os melhores tintos espanhóis. Divide-se em três sub-regiões, sendo a principal delas a Rioja Alta, vindo em seguida, em grau de importância, a Rioja Alavesa e a Rioja Baixa.
Entre as uvas que compõem os vinhos tintos da Rioja destacam-se a tempranillo, a principal delas, que dá o corpo e o aroma destes vinhos, e a garnacha, responsável pelo seu teor alcoólico. Entram ainda no corte as castas graciano e mazuelo.
Nos vinhos brancos as principais castas utilizadas são a viura, a principal delas, a malvasia e a garnacha branca.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos o vinho é produzido em vários estados, sendo os da Califórnia os de melhor qualidade, principalmente em sua costa norte onde se destacam as regiões de Napa, Sonoma, Carneros e Mendocino.
A maior parte da produção americana é de vinhos varietais, onde a casta mencionada no rótulo deve compor pelo menos 75% do vinho.
As castas que mais se destacam na região são a cabernet sauvignon, merlot, e zinfandel para os tintos, e a chardonnay e sauvignon blanc, para os brancos
França
O principal país produtor de vinhos é a França, que em 1935 criou as AOC's através do INAO. Todo vinho, para ter direito a esta classificação, tem que satisfazer às regras de sua denominação de origem. Isto irá garantir sua procedência, os critérios de produção e um mínimo de qualidade. Além das AOC's a França classifica também os Vin de Pays, típicos de uma determinada região.
Vários outros países adotam também suas Denominações de Origem (DO), classificações similares às AOC's francesas. Alsace
A Alsace, região de fronteira entre a Alemanha e a França, ao longo do rio Reno, é a única AOC que pode mencionar no rótulo a casta da qual é feito o vinho.
As principais castas utilizadas para os vinhos brancos são riesling, gewürztraminer, sylvaner, muscat d´alsace, pinot gris (também conhecida como tokai), e a pinot noir para os tintos.
São sempre utilizadas como castas exclusivas (vinhos varietais).
Os melhores vinhos, tanto os secos como os doces, usam uvas riesling, gewürztraminer ou pinot gris.
Os doces podem usar também a muscat d´alsace.
A Alsace conta com as AOC’s Alsace Grand Cru, que é concedida a cada ano a determinados vinhos, após degustação pelo órgão controlador, e Alsace Edelzwicker com vinhos feitos com a mistura de várias castas.
Champagne
A região de Champagne está localizada a leste de Paris, em torno da cidade de Reins, e dá seu nome ao vinho espumante mais famoso do mundo. Somente os espumantes feitos nesta região têm direito ao uso do nome 'Champagne'.
São utilizadas três castas na sua produção: chardonnay, pinot noir e pinot meunier.
O champagne normalmente não é um vinho com safra declarada, pois é feito com o corte de vinhos de várias safras diferentes em proporções que venham a manter as características da casa produtora ao longo dos anos.
Porém, em anos de safras excepcionais, muitos produtores lançam seus champagnes com a safra do ano, utilizando no corte somente vinhos daquele determinado ano.
Apesar do champagne ser feito normalmente com a mistura das três uvas, há alguns que utilizam somente uma, normalmente a chardonnay, quando é um Blanc de Blanc (vinho branco feito com uva branca) ou a pinot noir ( uva tinta vinificada em branco).
É preciso destacar que existe também champagne rosé, que depois de algum tempo em esquecimento está voltando à moda
O champagne nasce como um vinho tranqüilo comum, vinificado de forma normal como qualquer outro. Posteriormente é transformado em vinho espumante pelo método champenoise. Loire
A região do vale do rio Loire compreende os vinhedos ao longo do rio, desde o centro da França até a costa atlântica, formando uma extensa região onde são encontrados não só bons vinhos brancos como tintos muito interessantes.
Na região central que inclui Pouilly e Sancerre, a primeira AOC é Pouilly-Sur-Loire, que tem como casta a uva chasselas, produzindo um vinho branco leve e frutado. Na mesma região aparecem também as AOC’s mais conhecidas: Sancerre, Pouilly-Fumé e Menetou-Salon, que têm como castas de seus vinhos brancos a sauvignon blanc, proporcionando vinhos de boa qualidade, muito frutados e perfumados. Sancerre também produz um vinho tinto com a pinot noir, bastante ligeiro, que deve ser tomado bem refrescado.
Touraine, rio abaixo, é região produtora de vinhos brancos, com a uva chenin blanc, e tintos, com a cabernet franc. Suas principais AOC’s são: Bourgueil, Saint-Nicolas-de-Bourgueil e Chinon. Estas três utilizam principalmente a cabernet franc e produzem os melhores vinhos tintos da região. Vouvray e Montlouis produzem principalmente vinhos brancos, sejam eles tranqüilos secos, meio secos ou doces, ou ainda vinhos espumantes. Jasnières, uma pequena AOC, produz vinhos brancos secos e doces. Touraine é também o nome de uma vasta AOC regional que produz vinhos tintos, brancos e roses.
Mais a oeste, na região de Anjou, está a AOC Saumur, onde se produzem vinhos brancos e tintos e particularmente vinhos espumantes. Saumur-Champigny, são bons vinhos tintos usando a cabernet franc. Anjou, maior AOC da região, produz vinhos tintos, brancos e roses. Os destaques da região são os brancos doces, feitos com a chenin blanc nas AOC’s Coteaux-du-Layon e Coteaux-de-l´Aubance.
Finalmente, já perto do oceano, temos Muscadet, extenso vinhedo, que produz unicamente vinho branco com a casta muscadet, também conhecida como melon.
Jura
Os vinhos do Jura são brancos em sua maioria, com destaque para o Arbois.
A especialidade da região é o "vin jaune", vinho amarelado que lembra o jerez da Espanha e é produzido em quase toda a região.
A AOC Château-Chalon é a principal deste tipo de vinho, que apresenta teor alcoólico de até 16%, aromas de nozes e ameixas e longa persistência na boca. Sua casta, a Savagnin, é típica do Jura. Ele é um vinho muito resistente, permitindo manter a garrafa por vários meses depois de aberta sem risco de se estragar.
Há grande perda de volume por evaporação durante o longo processo de envelhecimento - 6 anos em barris semi cheios - o que eleva seu preço e explica o tamanho das garrafas típicas do Jura, as "clavelin" de 620 ml.
Savoie
Esta região produz vinhos brancos, leves e frutados, normalmente apreciados com racletes e fondues.
Sua principal AOC é a Vin de Savoie. A maioria de seus vinhos é feita com a uva jacquère e pode mencionar também o nome do cru ao lado da AOC. Os principais são: Apremont, Abymes, Chautagne, Chignin, Marignan, Ripaille e Cruet.
A melhor uva do Savoie, entretanto, é a roussette ou altesse usada na AOC Roussette de Savoie. Nos crus Frangy, Marestel, Monthoux e Monterminod ela é única. Outros vinhos desta AOC podem conter até 50% de chardonnay.
Languedoc-Roussillon
O Languedoc (áreas ao norte de Narbonne) é região de tintos leves e alguns brancos doces.
Principais AOC's de vinhos tintos: Faugères, Minervois, Fitou, St. Chinian e Corbières.
Principais AOC's de vinhos brancos doces: Muscat de Mireval e Muscat de Frontignan.
Os espumantes da AOC Blanquette de Limoux são produzidos pelo método champenoise com a casta mausac, podendo usar até 30% de chardonnay e chenin blanc.
No Roussillon os melhores vinhos são doces, brancos e tintos. Destacam-se os tintos doces Maury e Banyuls, feitos principalmente com a uva grenache, e o branco Muscat de Rivesaltes.
Loire
A região do vale do rio Loire compreende os vinhedos ao longo do rio, desde o centro da França até a costa atlântica, formando uma extensa região onde são encontrados não só bons vinhos brancos como tintos muito interessantes.
Na região central que inclui Pouilly e Sancerre, a primeira AOC é Pouilly-Sur-Loire, que tem como casta a uva chasselas, produzindo um vinho branco leve e frutado. Na mesma região aparecem também as AOC’s mais conhecidas: Sancerre, Pouilly-Fumé e Menetou-Salon, que têm como castas de seus vinhos brancos a sauvignon blanc, proporcionando vinhos de boa qualidade, muito frutados e perfumados. Sancerre também produz um vinho tinto com a pinot noir, bastante ligeiro, que deve ser tomado bem refrescado.
Touraine, rio abaixo, é região produtora de vinhos brancos, com a uva chenin blanc, e tintos, com a cabernet franc. Suas principais AOC’s são: Bourgueil, Saint-Nicolas-de-Bourgueil e Chinon. Estas três utilizam principalmente a cabernet franc e produzem os melhores vinhos tintos da região. Vouvray e Montlouis produzem principalmente vinhos brancos, sejam eles tranqüilos secos, meio secos ou doces, ou ainda vinhos espumantes. Jasnières, uma pequena AOC, produz vinhos brancos secos e doces. Touraine é também o nome de uma vasta AOC regional que produz vinhos tintos, brancos e roses.
Mais a oeste, na região de Anjou, está a AOC Saumur, onde se produzem vinhos brancos e tintos e particularmente vinhos espumantes. Saumur-Champigny, são bons vinhos tintos usando a cabernet franc. Anjou, maior AOC da região, produz vinhos tintos, brancos e roses. Os destaques da região são os brancos doces, feitos com a chenin blanc nas AOC’s Coteaux-du-Layon e Coteaux-de-l´Aubance.
Finalmente, já perto do oceano, temos Muscadet, extenso vinhedo, que produz unicamente vinho branco com a casta muscadet, também conhecida como melon
Provence
Esta região produz vinhos brancos, tintos e roses, destacando-se as AOC's Côtes de Provence, Coteaux-de-Aix-en-Provence, Cassis e, principalmente, a dos tintos de Bandol.
A produção de vinhos na Provence é predominantemente de vinhos rosados, muito apreciados em toda a França durante o verão.
Sudoueste
A região conhecida como Sudoeste engloba várias áreas espalhadas desde a fronteira com a Espanha, ao sul, até Bergerac ao norte e Rodez ao leste. O norte desta região envolve parcialmente a área de Bordeaux.
Principais AOC's:
Bergerac, tinto interessante feito com as mesmas uvas de Bordeaux.
Cahors, que apresenta um tinto muito encorpado feito principalmente com a uva malbec.
Madiran, um vinho extremamente encorpado feito com a uva tanat, sendo um vinho muito escuro, muitas vezes quase negro.
Gaillac, tinto agradável e macio; deve ser bebido jovem.
Montravel, brancos secos e doces, bem alcoólicos.
Monbazillac, área a 5 km ao sul de Bergerac, produz vinhos brancos doces, com uvas muitas vezes atacadas pela botrytis; muito bons como vinhos de sobremesa
Itália
Maior produtora de vinhos do mundo, a Itália produz vinho em todo o seu território, contando com cerca de 340 DOC - Denominação de Origem Controlada - criadas em 1963. Em 1982 foram criadas 5 DOCG's, Denominação de Origem Controlada e Garantida, que pretende ser garantia de qualidade superior às DOC's. Atualmente já existem 18 DOCG's.
Ao contrário dos outros países que adotam as DOC's, onde o vinho de mesa é considerado de categoria inferior, a Itália classifica alguns de seus melhores vinhos como Vino da Tavola, pois alguns produtores fazem vinhos de alta qualidade embora não respeitando as regras de suas DOC's. De qualquer forma, estes casos são exceções à regra.
A Itália se divide geograficamente em 20 regiões, todas produtoras de vinho, destacando-se particularmente as regiões de Piemonte, Toscana, Vêneto, Emilia-Romagna e Sicília.
Emilia Romagna
Os principais vinhos da Emilia-Romagna são os DOCG:
Albana di Romagna, vinho branco apresentado como secco, amabile e passito e o Sangiovese di Romagna, vinho tinto.
Piemonte
Como a Toscana, o Piemonte é uma das principais regiões produtoras da Itália, contando atualmente também com 6 DOCG’s das 18 existentes em todo o país.
As mais conhecidas são Barolo, Barbaresco e Gattinara, todas três de vinhos tintos potentes e de longa guarda, produzidos com a uva nebiolo.
As castas barbera e dolceto produzem vinhos menos encorpados que a nebiolo, mas são também de grande importância no Piemonte.
Sicília
A Sicília produz um dos vinhos italianos mais conhecidos, o Corvo, que é um Vino da Tavola.
Tanto o vinho branco quanto o tinto são feitos a partir de uvas locais. A casa Duca di Salaparuta, produtora do Corvo, elabora também um vinho tinto de grande categoria - o Duca Enrico - que é feito com a uva nero d’avola.
Uma DOC muito conhecida da Sicília é a Marsala que produz vinhos do tipo Jerez espanhol.
Destacam-se também os vinhos doces de sobremesa, como o Malvasia Delle Lipari, elaborado com a uva malvasia passificada, e o Passito di Pantelleria, feito com a uva zibibo.
Toscana
Como o Piemonte, a Toscana é uma das principais regiões produtoras da Itália, contando atualmente também com 6 DOCG’s das 18 existentes em todo o país.
Duas delas, Chianti e Chianti-Classico, são relativas ao seu vinho mais famoso. Sua principal uva é a sangiovese, que deve entrar na composição do vinho em proporção superior a 75%.
Outra DOCG famosa da região é a Brunello di Montalcino, que produz vinhos utilizando a uva sangiovese-grosso, Trata-se de um vinho tinto potente e de longa guarda.
A Toscana, famosa por seus vinhos tintos, produz também um dos mais famosos vinhos brancos doces da Itália, o Vin Santo. Feito com as uvas malvasia e trebbiano utiliza no seu método de produção a secagem das uvas durante várias semanas. Somente depois de secas é que elas são prensadas para se extrair o mosto que será então fermentado em pequenas barricas de carvalho.
Vêneto
O Vêneto produz vinhos de vários tipos: tintos, brancos secos, brancos doces e espumantes. Sua principal área fica em Verona, e seus vinhos mais conhecidos são o Valpolicella, o Bardolino e o Amarone.
O Valpolicella é um tinto leve, feito com as uvas corvina, veronese, rondinella e molinara.
O Bardolino, de uma DOC próxima ao Valpolicella, é um vinho com características semelhantes, utilizando as mesmas uvas e a negrara.
Recioto Della Valpolicella Amarone, mais conhecido como Amarone, é um vinho tinto seco, extremamente encorpado, de graduação alcoólica elevada - alguns chegam a mais de 15%. É feito com uvas que devem secar durante alguns meses em esteiras ou em caixas de arame antes de serem processadas
Nova Zelândia
Seus vinhos têm se desenvolvido muito rapidamente. Seus vinhedos são cultivados na Ilha do Norte e Ilha do Sul.
Os brancos são os que mais se destacam, principalmente os feitos com a sauvignon blanc. Estes são, sem duvida, o que de melhor se produz na região.
Destacam-se também seus espumantes brancos feitos com chardonnay e riesling e tintos feitos com pinot noir.
Os tintos feitos com a merlot e a cabernet-sauvignon são bem encorpados e normalmente passam bastante tempo em madeira.
Portugal
Portugal também adota o sistema de regiões demarcadas.
Em primeiro nível: Denominação de Origem Controlada, DOC, sendo cerca de 12 delas. Algumas, no entanto, se destacam por sua tradição ou excelência:Dão, Douro, Porto, Bairrada, Setúbal, Alentejo, Vinho Verde e Madeira.
Em segundo nível: Indicação de Proveniência Regulamentada, IPR, equivalente aos VDQS na França.
Em terceiro nível: Vinho Regional, equivalentes aos 'Vin de Pays' franceses.
Alentejo
A região do Alentejo vem se destacando nos últimos anos com a modernização de seus vinhedos, produzindo ótimos vinhos, principalmente tintos.
Suas antigas IPR (Indicação de proveniência regulamentada) têm se transformado em DOCs. As principais castas do Alentejo são tintas e entre elas se destaca a periquita a trincadeiro e a aragonez.
Dão
A maior parte de sua produção é de vinhos tintos, com alguns vinhos brancos se destacando.
Nos vinhos tintos, a touriga nacional representa pelo menos 20% do encepamento.. As castas alfocheiro preto, bastardo, jaen, tinta pinheira e a tinta roriz entram em conjunto com os 80% restantes.
Nos vinhos brancos, a encruzado entra com 20%, e a assário branco, barcelo, borrado de moscas, cercial e a verdelho completam os 80% restantes
Douro
Além de bons vinhos de mesa, esta região se tornou famosa por ser a produtora do Vinho do Porto, vinho fortificado feito com as mesmas castas dos vinhos tranqüilos; a diferença está na forma de vinificar. Esta região produz mais vinhos tintos do que brancos. Seus vinhos tintos têm uma ótima capacidade de envelhecimento e costumam melhorar muito com a idade.
As principais castas utilizadas na confecção dos vinhos são a touriga nacional (a principal), touriga francesa, tinta roriz, barrocão, tinto cão, tinta barroca, malvasia preta e a mourisca, para os vinhos tintos, e as donzelinho, esgana cão, folgazão, verdelho, malvasia fina e rabigato, para os vinhos brancos
Bairrada
O vinho característico desta região é tinto e encorpado feito a partir, principalmente, da casta baga, que entra no mínimo em 50% do corte. A castelão e a tinta pinheira complementam o corte.
Seus brancos são feitos com bical, maria gomes e rabo de ovelha, em mais de 60% do encepamento, complementadas com arinto, sercial e seriealinho.
Madeira
Vinho feito na Ilha da Madeira, é um vinho fortificado (ou generoso), produzido a partir das castas malvasia, boal, verdelho e sercial, que compõem os principais tipos de Vinho Madeira respectivamente, o doce, meio-doce, seco e extra-seco. O método de envelhecimento difere do Vinho do Porto. Aqui é adotado o sistema de estufagem, que mantém os barris de vinho em ambiente aquecido; este procedimento força o envelhecimento do vinho.
Porto
Os vinhos fortificados (ou generosos) produzidos na região do Douro são classificados como Vinho do Porto. São vinhos doces e fortes, que têm a sua fermentação interrompida pela adição de aguardente vínica, mantendo assim grande parte do açúcar contido em seu mosto e ficando com uma graduação alcoólica em torno de 20%.
Existem vários tipos de Vinho do Porto:
- Vintage, o mais raro deles, só é produzido em anos de colheita excepcional. É extremamente encorpado e, ao contrário do Vinho do Porto normal, que envelhece em barris, fica somente de dois a três anos em barril, quando é então engarrafado, para que faça seu envelhecimento na garrafa, na qual pode ficar por mais de 50 anos. Normalmente não se deve beber um Vinho do Porto Vintage antes de 7 anos em garrafa. Antes disso, normalmente, ele ainda está muito duro e fechado. Como não são filtrados, para que mantenham toda sua força, costumam criar muitos sedimentos durante seu envelhecimento, por isso devem sempre ser decantados antes de servidos. O Vintage é um Porto que tem a garrafa arrolhada de forma comum a outros vinhos e, depois de aberto, deve ser tomado todo.
- Late Bottled Vintage é um Vintage que pode ser bebido mais cedo, pois permanece em barricas de quatro a seis anos; é filtrado, forma pouco sedimento na garrafa e depois de engarrafado está pronto para ser tomado.
- Ruby é um Porto jovem e frutado, que passa de três a quatro anos em barrica e deve ser consumido ainda jovem, de forma que se possa apreciar seu frescor e seu aroma.
- Tawny, de tonalidade mais alaranjada que o ruby, raramente fica mais de seis anos em barricas. São vinhos bem leves e elegantes e, como o Ruby, podem ser degustados ao longo de vários dias, sem que percam suas qualidades, depois de abertos.
- Colheita é um Tawny de uma só colheita com safra definida, que permanece em barrica no mínimo 7 anos. É comum mencionar 'Reserva' em seu rótulo.
- Garrafeira é um Colheita que envelhece muitos anos na garrafa, antes de ser comercializado.
- Vinho do Porto com Indicação de Idade é aquele que traz indicada no rótulo a idade média dos vinhos que foram misturados em seu corte. Junto vem ainda a indicação da data de seu engarrafamento.
- Vintage Caracter, da mesma forma que um Tawny, é obtido também a partir da mistura de diversos vinhos sendo, no entanto, muito mais encorpado.
- Porto Branco é vinificado da mesma forma que o tinto, porém a partir de castas brancas, como a viosinho, malvasia fina, códega, gouveio e rabigato. Pode ser encontrado como extra-seco, seco ou apéritif, ou lágrima, este muito doce.
Setúbal
Esta região produz famosos vinhos doces e generosos, o Moscatel de Setúbal. Ele é feito a partir da uva moscatel, que compõe o corte em pelo menos 2/3 do total, associada às castas brancas regionais: tamarês, malvasia, boais, arinto, fernão pires e branquete.
Vinho Verde
Esta região fica ao noroeste de Portugal e produz um vinho sem similar no resto do mundo.
Tanto branco quanto tinto, o vinho verde é um vinho de baixo teor alcoólico e elevada acidez.Trata-se de um vinho que deve ser tomado jovem, já que não envelhece e que, com o passar do tempo, tende a estragar perdendo seu frescor e sua efervescência, suas características mais apreciadas. Apesar disto, a maioria dos produtores não costuma colocar a safra no rótulo.
Os tintos são bastante tânicos, pois costumam ser vinificados com a casca e o engaço e como são ácidos, são ideais para acompanhar pratos fortes.
Os brancos são bem agradáveis e extremamente refrescantes, normalmente secos, podendo ser encontrados também como vinhos doces, o que nem sempre é mencionado no rótulo.
Glossário
acidez: quantidade de ácido no vinho; alta nos brancos, baixa nos tintos. adstringente: efeito do tanino na boca, semelhante à cica de fruta verde. alcoólico, teor: grau GL (%) de álcool no vinho; será tanto maior quanto maior for a quantidade de açúcar no mosto durante a vinificação. Pode ser artificialmente elevado com adição de álcool (caso dos vinhos fortificados) ou por chaptalização. AOC: Appellation d'Origine Contrôlée. avaliação detalhada: registro detalhado, quantitativo e qualitativo, nas avaliações de uma degustação. avaliação de espumantes: registro quantitativo das avaliações na degustação de vinhos espumantes. avaliação padrão: registro simplificado das avaliações de uma degustação. avaliação em grupo: caso em que se quer efetuar apenas um registro com a média das notas dadas por um grupo de avaliadores. Para as grandezas não quantificáveis prevalecem as impressões do primeiro avaliador. botrytis: fungo que infecta a uva em condições de alta umidade, aumentando a concentração de açúcar e deixando sua casca enrugada e descolorada. bouquet: conjunto de aromas de um vinho que evoluiu na garrafa. chaptalização: adição de açúcar ao mosto para aumentar a graduação alcoólica do vinho. Prática regulamentada e permitida na maioria dos países. código: número de identificação do vinho no banco de dados. corpo: sensação tátil de peso do vinho na boca. Pode ser medido pela quantidade de extrato seco do vinho. cru: produto de uma vinha ou de vinhas que produzam um vinho de mesmas características. degorgement: método usado para a retirada dos sedimentos depositados junto à rolha durante a remuage, no processo de produção do champagne; consiste no congelamento do deposito que é expulso pela pressão existente na garrafa no momento da retirada da tampa provisória. degustação externa: Degustação com vinho não existente em sua adega. encepamento: conjunto de castas que compõe determinado vinho. engaço: os talos do cacho de uvas. extrato seco: resíduos sólidos da uva quando retirados os componentes líquidos do vinho. fermentação malolática: processo biológico natural ou provocado, de redução do teor de acidez de vinhos tintos. Esta fermentação transforma o ácido málico, mais agressivo, em ácido lático, mais macio. Deve ser evitada nos vinhos brancos mantendo-se o líquido em temperatura baixa ou adicionando-se anidrido sulfuroso. filoxera (Phylloxera): é um inseto, proveniente da América do Norte, que ataca a vinha destruindo suas raízes. Foi responsável pela destruição dos vinhedos europeus na segunda metade do século XIX. Como as plantas americanas não são atacadas pela Filoxera, os vinhedos da Europa foram salvos enxertando-se as espécies européias em raízes americanas. Os vinhedos do Chile e de algumas regiões costeiras de Portugal são imunes a ela. flute: tipo da taça estreita e alta utilizada para vinhos espumantes. INAO: Institut National des Appellations d'Origine, França. ligeiro: vinho com baixo teor alcoólico; mesmo que leve. liqueur d'expedition: mistura de vinho e açúcar adicionada a cada garrafa de vinho espumante. liqueur de tirage: mistura de açúcar de cana e leveduras diluídas em vinho. maceração carbônica: processo de se fazer a fermentação das uvas inteiras, sem utilização da prensagem para extração do mosto dando, desta forma, um caráter frutado aos vinhos e evitando que o contato com as cascas aumente muito o teor de tanino. madeirizado: cor característica que o vinho adquire depois de longa exposição ao oxigênio. Nos vinhos brancos comuns representa defeito. milesimado: vinho que tem safra definida. mosto: suco de uvas frescas. oxidado: aroma característico que o vinho adquire depois de longa exposição ao oxigênio. Nos vinhos comuns representa defeito; em alguns vinhos, como no vinho do Porto ou no Jerez, é aroma típico. primeur: vinhos vendidos muito jovens. remuage: método usado para retirar os sedimentos criados na produção do champagne; a cada dia, durante varias semanas, o mestre de cave gira as garrafas cerca de um quarto de volta ao mesmo tempo em que as vai inclinando, ate que fiquem de cabeça para baixo e com todo o sedimento depositado junto à rolha. tanicidade: quantidade de tanino no vinho; alta nos tintos, baixa nos brancos. terroir: nome dado pelos franceses ao conjunto do solo e clima de uma micro-região. tranqüilo: vinho normal, não espumante. varietal: adjetivo usado, inicialmente nos EUA, para indicar um vinho em que uma determinada casta participe em pelo menos 75% de sua composição. Vin de Pays: São vinhos originários de determinadas regiões, zonas ou departamentos da França, das quais trazem o nome, devendo respeitar as regras da Denominação: - Castas: normalmente as tradicionais de cada região.
- Rendimento: não deve exceder 90 hectolitros por hectare.
- Graduação alcoólica: mínima de 9 graus nas regiões norte e 10 graus nas regiões mediterrâneas; não podem ultrapassar 15 graus.
vitis labrusca: espécie de planta da família das vitáceas (videiras), com variedades adequadas ao consumo "in natura"; são mais resistentes a climas úmidos e a pragas e doenças. vitis vinifera: espécie de planta da família das vitáceas (videiras), cujas variedades são as adequadas à produção de vinhos de qualidade; preferem climas secos e ensolarados.